sexta-feira, 30 de março de 2012

Sociólogos avaliam papel das ciências humanas no currículo escolar

Em resposta ao editorial "Lição errada", que diz repeito ao aumento da carga horária de filosofia, sociologia e artes no currículo do ensino médio no Estado de São Paulo, a Federação Nacional dos Sociólogos (FNS) tem esclarecimentos a fazer.
O editorial ataca, de forma gratuita e preconceituosa, a sociologia e outras ciências humanas. Do ponto de vista objetivo, baseado em que pressupostos o texto afirma que incluir (conforme determinado por lei) ou aumentar as cargas horárias de sociologia, filosofia ou artes sejam "experimentalismos duvidosos", e "matemática e português" sejam disciplinas "estruturantes"?
Para efeitos de uma formação que privilegie a construção da cidadania e a despeito da atual formação instrumental, utilitarista e individualista que visa apenas o mercado e o sucesso individual, acreditamos que sociologia, filosofia ou artes devem ter primazia ou importância equivalente.
Historicamente, a educação nunca foi prioridade no Brasil. De um modo geral, o modelo educacional brasileiro que conhecemos hoje é remanescente do imposto nos anos 1960 pela ditadura militar, em que as ciências humanas gradativamente foram perdendo espaço na grade curricular do sistema educacional em nível de educação básica e média, tanto no ensino público quanto no privado.
Mais recentemente --década de 1990--, as ciências humanas passaram por outras medidas de caráter restritivo, impostas pelo modelo americano. Influenciados pelas ideais de uma educação meramente utilitária e tecnicista, os currículos foram adaptados para assegurar uma formação que privilegiasse as disciplinas instrumentais, em detrimento de conteúdos voltados para uma formação cidadã e humanista, incompatíveis, antes, com o regime autoritário e, agora, com o neoliberal.
No campo da educação, prevalece o discurso que privilegia o ensino e a pesquisa inter ou transdisciplinar. Do ponto de vista epistemológico, o sujeito pós-moderno opõe-se aos grandes modelos teóricos.
A atuação política pós-moderna desqualifica e dissimula a ação política tradicional (Estado, partidos políticos, sindicatos, movimentos populares etc.), preferindo atuar por meio de ações voluntárias de ONGs, bem como, nos atos mais ou menos espontâneos de grupos e/ou de sujeitos políticos protagonistas ou representantes de demandas sociais específicas ou de grupos excluídos.
Caracteriza-se por uma tendência aberta ao individualismo e ao utilitarismo escamoteados por uma espécie de hedonismo socializado pela mídia. Esvazia os conteúdos ideológicos intrínsecos ao campo político e reduz o papel do Estado a mero financiador ou prestador de serviços públicos. Nesse contexto é que se inserem as interpretações sobre os fatos históricos e os acontecimentos políticos ou sociais na atualidade.
A criminalização de setores do movimento social, de um lado, e as recentes --e, por que não dizer, históricas-- respostas violentas às reivindicações sociais e populares mostram que as alternativas autoritárias ainda resistem e seduzem setores insatisfeitos com as respostas oferecidas pela política tradicional e os relativismos estabelecidos pela pós-modernidade.
Não é sem motivo que nos lugares tradicionais de conflito e competição --trabalho, política, moral, sexualidade, cultura--, em que inexistem limites definidos ou claros, é que encontramos a crise instalada nessas sociedades.
As diversas crises --econômica, étnica, político-ideológica, entre outras-- que encerraram o século 20 e inauguram o 21 demonstram de modo incontestável o esgotamento dos modelos liberais ocidentais, a despeito dos sofismas neoliberais reacionários.
É nessse contexto que o aumento da carga horária de filosofia, sociologia e artes no Estado de São Paulo se insere e reflete a urgência de se pensar uma sociedade mais humana e cidadã onde os jovens, integrantes do ensino médio, serão os protagonistas desse novo modelo.
Por Ricardo Antunes de Abreu e Mario Miranda Antonio Junior/Folha.com

quarta-feira, 21 de março de 2012

Revista Brasileira de Estudos da Canção recebe artigos

A Revista Brasileira de Estudos da Canção (RBEC) está recebendo artigos para sua segunda edição até o dia 30 de abril. A revista é uma publicação semestral e terá nesta edição duas seções. Uma será relativa aos 40 anos lançamento do LP Clube da Esquina (1972) e a outra será uma seção de artigos variados. Os temas dos artigos devem se concentrar na música popular, mas podem contemplar os mais diferentes enfoques.

A REBEC é editada pelo professor Lauro Meller, da Escola de Ciências e Tecnologia da UFRN e doutor em Letras pela PUC – Minas, juntamente com, o também doutor em Letras e poeta, Roberto Bozzetti. Conta ainda com o compositor, arranjador e escritor Carlos Almada e com o PhD em Música Popular, Mike Brocken. Para mais informações sobre o envio dos trabalhos, consultar o site www.rbec.ect.ufrn.br ou entrar em contato através do twitter @estudosdacancao ou pelo facebok: Revista Brasileira de Estudos da Canção.
Por Agência de Comunicação da UFRN

quinta-feira, 15 de março de 2012

Aplicativo Brasil Hoje agora em versão web

Site reúne em um mesmo ambiente indicadores sociais produzidos por diversos institutos de pesquisas nacionais
Já está no ar a versão online do aplicativo Brasil Hoje. O site, resultado de parceria entre Fundação Itaú Social, Unicef e Cenpec, reúne indicadores sociais produzidos por diversos institutos de pesquisas nacionais, como IBGE, Inep e Ipea, com o objetivo de facilitar ao acesso e a análise dessas informações. Os indicadores estão organizados por dimensão (Assistência Social, Condições de vida, Educação, Finanças, Infraestrutura, População e Saúde) e por município. É possível produzir relatórios agregando diferentes indicadores, observá-los em séries históricas e estabelecendo comparações com outros municípios.

Lançado em 2007 no âmbito do Programa Melhoria da Educação no Município, o aplicativo surgiu como uma ferramenta de apoio aos municípios participantes das formações para construção do diagnóstico local. “Por essa razão, sempre teve como foco principal os dados educacionais, mas disponibilizando também outros indicadores, uma vez que um diagnóstico municipal deve considerar outros dados relevantes, relacionados a áreas como assistência social, saúde, entre outras”, explica a técnica Elaine Teixeira, da equipe do Brasil Hoje.

Inicialmente disseminado no âmbito dos municípios participantes do Melhoria e entre os projetos da casa, o aplicativo foi se difundindo e sua atuação se expandiu. A equipe do projeto passou a atender demandas por ações de formação para gestores e técnicos de secretarias de outros municípios. Só nos últimos dois anos, em torno de 2500 pessoas de mais de 500 municípios participaram de encontros formativos de 4 horas e em apresentações do sistema em ações de disseminação realizados pelos parceiros.

Site Brasil Hoje

Atualizado periodicamente, o aplicativo chegou a ter sete versões desktop. “O volume de dados do sistema desktop inviabilizou as atualizações automáticas, que levavam até 12 horas para se completar. Daí surgiu a ideia de ter uma versão web do Brasil Hoje”, conta o técnico Evandro Teodoro, da equipe do Brasil Hoje.

O novo formato, além de agilizar as atualizações, facilita o acesso, uma vez que dispensa instalação no computador, e elimina problemas de incompatibilidade com sistemas operacionais, eventualmente observados na versão desktop.

“A ideia é que ele seja simples, de fácil acesso e atinja a todos os públicos, desde um pesquisador, que queira dados mais minuciosos, até um gestor, técnico de secretaria que precise somente de um dado do seu município”, explica o técnico.

Para esse ano, a meta é aprimorar o aplicativo, divulgá-lo nesse novo formato entre os técnicos, gestores e professores que já tiveram contato com a ferramenta e também buscar novos usuários.

Está sendo analisada ainda a realização de um curso online do uso da ferramenta. “É uma proposta decorrente do resultado das avaliações das formações. Os participantes em geral das formações se queixam que ela é muito rápida, porque eles precisam aprender a manusear, entender o funcionamento da ferramenta, e ao mesmo tempo querem discutir mais as questões conceituais, que nós só conseguimos abordar superficialmente”, comenta Elaine.

“O objetivo é replicar de forma mais consistente toda essa nossa bagagem da formação presencial em uma formação mais profunda em EAD”, complementa Teodoro.
Por Fabiana Hiromi/Portal Cenpec

quarta-feira, 14 de março de 2012

Saúde e Cultura promovem prêmio para jovens

Em parceria com outros dois ministérios, o Prêmio Agente Jovem de Cultura prevê premiação de R$ 9 mil para os projetos que integram ações de saúde

O Ministério da Saúde é um dos parceiros do Ministério da Cultura na realização do Prêmio Agente Jovem de Cultura: Diálogos e Ações Interculturais que vai premiar 500 iniciativas de jovens entre 15 e 29 anos. A promoção é uma parceria entre o Ministério da Cultura – que investirá R$ 2,9 milhões – e os ministérios da Saúde (R$ 1 milhão) e do Desenvolvimento Agrário (R$ 600 mil), além da Secretaria Geral da Presidência da República/Secretaria Nacional de Juventude (R$ 500 mil).

As inscrições para concorrer ao prêmio estão abertas até 31 de janeiro de 2012 e poderão ser feitas pela internet, através do site do Ministério da Cultura ou pelos Correios. Os interessados poderão se inscrever de acordo com a faixa etária: serão 200 bolsas para jovens entre 25 e 29 anos, número igual para aqueles que têm entre 18 e 24 anos e outras 100 para os jovens de 15 a 17 anos.

Podem concorrer ao prêmio iniciativas existentes e já concluídas nas áreas de comunicação, tecnologia, pesquisa, formação cultural, produção artística, intercâmbio, promoção à saúde e sustentabilidade. Cada selecionado irá receber premiação no valor de R$ 9 mil. A coordenadora da Saúde do Adolescente do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare, explica porque a cultura é um veículo importante na promoção à saúde: “Um jovem que participa de projeto cultural tem o poder de modificar realidades, dele e também da comunidade que ele faz parte. Aliada à cultura, as ações de saúde são potencializadas podem diminuir as vulnerabilidades do jovem e também do local em que ele vive”.
Por Portal da Saúde

terça-feira, 13 de março de 2012

I Semana do Cérebro da UFRN

Difundir a neurociência para a sociedade. Esta é a proposta da I Semana do Cérebro da UFRN, realizada pelo Instituto do Cérebro (IC) em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia, entre os dias 13 e 16 de março. O evento faz parte da Semana do Cérebro (Brain Awareness Week), uma campanha mundial de divulgação dos avanços e benefícios resultantes do estudo do cérebro.

A programação da Semana inicia nesta terça-feira, 13, e vai até a sexta-feira, 16, com realização de oficina, ciclo de palestras e exibição de documentário e filme. Nesta terça-feira, das 14h às 17h, será realizada uma Oficina de Percepção Sensorial, no Museu de Ciências Morfológicas, no Centro de Biociências da UFRN. A partir das 19h, no Centro de Biociências, no Anfiteatro das Aves, serão realizadas palestras com temas relacionados a neurociências.

Foram disponibilizadas 80 vagas para os interessados em participar das palestras, que foram preenchidas por inscrição via Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA). Se porventura algum inscrito não comparecer, a entrada dos que não se inscreveram antecipadamente será liberada.

Mais informações sobre a I Semana do Cérebro da UFRN podem ser consultadas no endereço: http://semanadocerebroufrn.wordpress.com/.


PROGRAMAÇÃO
Palestras

13/03/2012
19h00 às 19h30 – O cérebro ao longo dos séculos
Palestrante: Prof. Cláudio Queiroz
19h40 às 20h10 – Optogenética: (des)ligando neurônios à velocidade da luz
Palestrante: Hermany Munguba
20h20 às 20h50 – Neurociências, Mente e Subjetividade
Palestrante: Rafael Scott
21h00 às 21h30 – Em busca do sono perdido
Palestrante: Prof. John Fontenele

sexta-feira, 9 de março de 2012

UFRN anuncia mudanças estruturais na edição 2012 da CIENTEC

A 18ª Semana de Ciências, Tecnologia e Cultura (CIENTEC), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), programada para acontecer entre os dias 25 a 29 de setembro, terá mudanças em sua estrutura técnica e organizacional. Considerada a maior feira de Ciências e Tecnologias do estado, a revisão na estrutura é necessária para abrigar o crescimento anual de público e trabalhos apresentados.

Segundo dados da Pró-Reitoria da Extensão (PROEX), a CIENTEC contabilizou na edição de 2011 mais de 100 mil visitantes. Neste ano, a demanda de trabalhos inscritos e de público será ainda maior, devido a outros eventos previstos para acontecer durante a feira, como a Feira de Livros e Quadrinhos de Natal (FLIQ), o Congresso de Iniciação Científica (CIC) e o Seminário de Iniciação à Docência (SID).

De acordo com a coordenadora de Cursos e Eventos da PROEX, Rita Luzia Santos, o plano é repensar os espaços destinados às apresentações da feira. “A Universidade é muito grande, por isso precisamos descentralizar as atividades da Praça Cívica e utilizar outros espaços, como o ginásio”, explicou a coordenadora. 

“São 18 anos de um mesmo evento e é preciso inovar. A ideia é mobilizar e integrar pró-reitorias, coordenações e departamentos para repensar a feira e fazê-la contribuir cada vez mais pelo RN”, acrescentou Rita Luzia.

Para alcançar esses objetivos, as discussões estão em torno de uma proposta de divisão da feira em três setores: reuniões acadêmico-científicas (como a SID e o CIC), que seriam distribuídas nos auditórios dos centros; apresentações de trabalhos, que continuariam na Praça Cívica, e os eventos culturais, distribuídos em outros espaços da Universidade.

De acordo com Rita Luzia Santos, também foram feitas mudanças no calendário. Neste ano, a feira está prevista para o período de 25 a 29 de setembro, data ainda em discussão. “A feira foi antecipada por este ser um ano atípico com relação a eventos de grande porte. Em outubro nós teremos as eleições, o que já aumenta a concorrência com relação aos equipamentos necessários para um evento grande como o nosso”, afirmou Rita.

TEMA
Conhecida por trazer assuntos cada vez mais atuais no âmbito das ciências, as discussões sobre a temática deste ano estão em torno das Energias Renováveis. A primeira proposta, ainda não aprovada pela comissão do evento, tem como tema “Energias: sustentabilidade, desenvolvimento e seus impactos”.

Segundo a coordenadora Rita Luzia, o tema entrou em discussão por este ser o ano nacional da energia, além de que a UFRN já desenvolve vários trabalhos de pesquisa e ações de gestão sobre esse assunto.

Para a coordenadora da feira, apesar de o calendário e a programação ainda não estarem definidos, os trabalhos já devem ser iniciados. “Na verdade, a CIENTEC já começou. Os debates acadêmicos, seminários e palestras já começam a mobilizar nossa comunidade acadêmica”, afirmou.
Por Agência de Comunicação UFRN