sexta-feira, 20 de julho de 2012

Cientistas analisam experiências subjetivas e socialização nas cidades


Psicologia social: experiências subjetivas e socialização urbana

Mitos e vínculos
De tribos a civilizações, todas as sociedades se apoiam em mitos que orientam e modelam a vida.
Mas o que, afinal, estuda a mitopoética?
A mitopoese, isto é, a criação dos mitos, estuda "narrativas simbólicas, de natureza imaginativa, que dizem respeito à condição humana e à maneira de viver dos indivíduos e coletividades", define a professora Sandra Vichietti, da USP.
Ela está coordenando uma pesquisa multidisciplinar cujo objetivo é a compreensão das relações entre paisagens, imaginários e mitos.
O objetivo do estudo é obter subsídios teóricos e práticos para o planejamento de programas - governamentais ou não - de intervenções no ambiente urbano.
Psicologia social
O grupo é formado por 17 pesquisadores da USP e de outras universidades brasileiras e portuguesas nas áreas de Psicologia, História Oral, Arquitetura, Ciências Sociais, Educação e Letras.
"O objetivo é dialogar sobre o imaginário, a experiência subjetiva privada, a mitopoética individual e coletiva, a configuração das paisagens e do modo de viver das coletividades", conta a pesquisadora
A pesquisa evoluiu de temas oriundos da psicologia social e abarca vários fenômenos que surgem nas relações entre indivíduos e grupos humanos.
Mas, para Sandra, a compreensão sobre a urbanização do mundo e as transformações do jeito de viver do homem contemporâneo não podem ser alcançadas por uma única disciplina acadêmica.
Então, "a psicologia social tem o papel de promover o diálogo transdisciplinar sobre estes temas".
Experiências subjetivas e socialização
O grupo está atualmente estudando o imaginário e a paisagem dos bairros paulistanos da Luz, São Miguel Paulista e Itaquera, assim como de cidades da região noroeste do estado de São Paulo e da região dos lagos , no estado do Rio de Janeiro.
"Nossa pesquisa visa discutir os processos de socialização, a experiência subjetiva privada e as atividades cotidianas dos habitantes", descreve a professora.
Nestes trabalhos, é adotado um conjunto de procedimentos de coleta, análise e interpretação de 'informes' sobre a paisagem e o imaginário de seus habitantes, nos quais estão contidos dados qualitativos e quantitativos, de natureza espacial e temporal, que abrangem diferentes aspectos da vida humana.
Depois de coletados, tais dados são processados e discutidos pelos pesquisadores.
O próximo desafio é a construção de estudos comparativos. "Já há um esboço para um projeto conjunto a ser desenvolvido no bairro da Luz, em São Paulo, e no bairro da Ribeira, na cidade do Porto, em Portugal", anuncia a pesquisadora.
Por Diário da Saúde/USP Online
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