segunda-feira, 8 de junho de 2015

Estudo vincula assédio na escola a 30% das depressões

assédio na escola durante a adolescência tem muitas faces. Pode começar com apelidos depreciativos, passar das chacotas às ameaças e mais tarde à marginalização do grupo, e ainda chegar ao extremo das agressões físicas. Pode ocorrer um desses comportamentos ou vários. Ou todos de uma vez. E ter sérias consequências na saúde mental das vítimas.
Um amplo estudo (dos maiores, em termos da população analisada) publicado pela revista BMI (British Medical Journal) tentou lançar luz às sequelas desses comportamentos em forma de depressões no início da idade adulta –aos 18 anos –, quando sofrido na adolescência, aos 13 anos. E constata que em torno de 29% dos casos diagnosticados têm raízes na violência que as pessoas humilhadas sofreram nas mãos dos colegas.

Para poder estabelecer a relação que descrevem no artigo os pesquisadores mergulharam em uma conhecida e extensa base de dados populacionais, o Estudo Longitudinal Avon de Pais e Filhos na Grã-Bretanha (ALSPAC), de onde extraíram informações de 3.898 participantes dessa unidade britânica.“Observamos uma forte relação entre a vitimização na adolescência e o diagnóstico de quadros depressivos aos 18 anos, independentemente de essas pessoas terem sido agredidas na infância, ou dos problemas emocionais ou de comportamento que possam ter sofrido, ou outras variáveis”, relatam os autores do trabalho, psicólogos, psiquiatras e especialistas em saúde comunitária da Universidade Oxford, Universidade Bristol, Universidade de Warwick e University College London. Além disso, acrescentam que entre esse grupo de pessoas a probabilidade de padecer de tristeza patológica é o dobro da taxa média da população.
Em uma primeira bateria de perguntas, os pesquisadores pediram aos adolescentes que informassem se tinham sofrido algum tipo deassédio escolar. Para caracterizar esse comportamento eles receberam uma lista de nove tipos de agressões diferentes e tinham de responder se haviam sido vítimas de alguma delas nos últimos seis meses. As ações específicas eram: sofrer roubos, ameaças ou chantagens, espancamento ou golpes, ter apelidos humilhantes ou estar marginalizado dos demais. Também ter sido forçado a agir contra a sua vontade, ser submetido à difusão de mentiras deliberadas ou molestado em jogos.
Aos 18 anos os pesquisadores voltaram a fazer contato com os participantes para avaliar sua saúde mental, mais especificamente se sofriam de sintomas depressivos. Dos adolescentes que admitam ser vítimas constantes de assédio (683), um total de 14% tinha um diagnóstico clínico de depressão. A taxa era de 7,1% entre os que haviam sofrido agressões ocasionais (entre uma e três vezes em seis meses). Em contraposição, somente 5,5% dos que não sofreram humilhações padeciam de um mal patológico.
Além disso, os pesquisadores observaram que 10% das pessoas que mais intensamente sofriam assédio padeciam de processos depressivos mais longos, de mais de dois anos de duração, algo que só acontecia a 4% entre os que não tinham sido agredidos.
Os pesquisadores destacam a ampla população analisada e seu acompanhamento até o final da adolescência como um dos principais pontos fortes do trabalho. Entre os pontos fracos, admitem que seus estudo é observacional (não está voltado para a determinação da relação causa-efeito) e outros aspectos, como a não consideração do assédio pela Internet, já que a coleta de informações ocorreu entre os anos 2003 e 2005, quando ainda não estava tão disseminada.
Contudo, “é um estudo digno de consideração”, destaca Fuensanta Cerezo, especialista em assédio na escola. A autora do livro A Violência nas Classes explica que outros estudos retrospectivos em adultos apontam na mesma direção que o trabalho britânico. E levanta uma questão relacionada com as conclusões do artigo que está despertando interesse crescente entre a comunidade científica: Por que há pessoas que sofrem sequelas mais ou menos permanentes, como depressões repetidas, enquanto outras são capazes de sobrepujar as humilhações?
Essa professora de psicologia e de violência escolar nos estudos de criminologia da Universidade de Murcia destaca a importância de poder identificar os estímulos que permitem que algumas vítimas suplantem esses fatos sem que lhes deixe marcas nas relações sociais enquanto outras não são capazes dessa superação e “acabam se fixando na vitimização, algo que está muito relacionado com a sociedade e a depressão”. “Estamos trabalhando para determinar que fatores ativam essa resiliência”, acrescenta.

Una adolescente discapacitada se suicida tras sufrir acoso escolar


Por Jaime Prats/El País

Google amplia programa de bolsas para cursos de doutorado e mestrado em toda América Latina


A empresa têm planos de investir aproximadamente US$ 1 milhão até o ano de 2018, como parte da expansão de bolsas iniciada dois anos atrás. Os interessados precisam executar algum projeto de pesquisas de mestrado e doutorado em áreas específicas da Tecnologia da Informação.
Iniciado experimentalmente apenas no Brasil, a iniciativa já apoiou cinco pesquisadores do País, em parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Agora, a expansão deve ajudar cientistas em localidades como a Argentina, o Chile, a Colômbia e o México.
Os doutorandos escolhidos para receber o auxílio receberão US$ 1,2 mil mensais, enquanto os mestrandos contarão com a quantia de US$ 750, durante os meses necessários para a conclusão dos trabalhos. Os professores dos selecionados também serão beneficiados com quantias mensais avaliadas em US$ 750 para os casos do doutorado e US$ 675 para os educadores de mestrado.
A ajuda será oferecida a quem estiver desenvolvendo pesquisas que sejam de interesse do Google e da comunidade científica na área de tecnologia, seguindo exigências da própria empresa. O comunicado da campanha pontua os campos de pesquisa contemplados. Para a edição 2015 do projeto estão geolocalização e mapas; interação entre humanos e computadores; recuperação, extração e organização de informações, incluindo gráficos de semântica); Internet das Coisas (IoT), incluindo cidades inteligentes; aprendizado de máquinas (machine learning) e mineração de dados (data mining); dispositivos móveis; processamento natural de línguas; interfaces físicas e experiências imersivas; e por fim, privacidade na internet.
O prazo para inscrições de interessados residentes no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México vai até a meia-noite de hoje. As instruções para isso estão disponíveis no portal do projeto, em inglês.

Leia mais em http://www.bitmag.com.br/2015/06/google-amplia-programa-de-bolsas-para-cursos-de-doutorado-e-mestrado-em-toda-america-latina/#zR63p4jXAcfdQr8p.99

Por Amauri Vargas/Bit Magazine